Olá 50+, queremos contar a sua história. A sua jornada é exemplo e estímulo aos leitores do Mova-se Maturidade e poderá alterar trajetos e escolhas para a jornada pessoal, profissional, afetiva and….
Venha com a gente na história do grande amigo Perez, exemplo de executivo 50+ em alta performance e dinamismo profissional.
” Meu nome é Perez, tenho 67 anos, sou aposentado, mas ainda estou na ativa.
Trabalho com vendas desde sempre e a muitos anos sou Representante Comercial, bem como, também tenho atuação em uma empresa dentro da área Comercial, prestando um serviço, hoje voltado para atendimento Pós-Vendas e negociações que envolvam grandes clientes.
Há 41 anos, estou literalmente na estrada, viajando pelo país inteiro, e é um trabalho gratificante para mim, embora seja bastante solitário. Após tanto tempo, isso já nem tem um peso no meu dia a dia.
O detalhe após tantos anos de viagens, é que lá atrás não havia a tecnologia que temos hoje à nossa disposição.
Não havia GPS, eu usava um Mapa (de papel) da 4 Rodas, era muito complicado em determinados lugares conseguir chegar ao endereço e eu usava muito o velho ditado que diz: Quem tem boca vai a Roma. Buscar referência de um hotel em uma cidade, envolvia parar em um posto de gasolina e perguntar para os frentistas onde tinha um hotel de viajante que fosse bom. Era assim que funcionava de verdade.
Comecei viajando em um Fiat 147, em estradas de pista simples e a comunicação era extremamente difícil, pois não havia nem telefone fixo com facilidade de uso, quanto mais se pensar em um celular que hoje fica apitando a todo momento com a chegada de mensagens de Whastapp enquanto eu dirijo.
Para vocês terem uma ideia, quando eu precisava ligar para casa ou para o escritório, tinha que procurar um posto telefônico na cidade que estava, e pedir uma ligação interurbana para São Paulo. Era um processo muito demorado. Fazer ligação interurbana de hotel era muito caro devido às taxas que eles cobravam.
Hoje os carros são muito melhores, seguros e os hotéis são muito mais confortáveis, com várias facilidades para os hospedes, o que aumenta e muito o nosso conforto.
Vendas sempre foi algo que gostei, gosto e nunca me vi ou me imaginei fazendo outra coisa.
Há um lado muito gostoso que é conhecer pessoalmente a maioria dos meus clientes e isso me aproxima demais da grande maioria. Com o passar do tempo, deixamos de ter uma relação comercial e passamos a ter uma relação de amizade, confiança e muito respeito.
É uma vida bastante cansativa, as vezes sacrificada e solitária. Em alguns momentos devido a ausência, somos meio que incompreendidos pela família, mas nada que não se consiga superar.
Quando saio de viagem, normalmente é por um período de uma semana inteira e, certamente, com um roteiro de visitas bastante apertado. Na maioria dos dias, não há tempo para um almoço, caso contrário não dá tempo para fazer todas as visitas programadas para aquele dia. No máximo é uma paradinha rápida em algum posto de gasolina para comer um lanche, seguir em frente e jantar no final do dia ou até no começo da noite. Já peguei temperatura de 1 grau no Oeste de Santa Catarina, no município de Anchieta, assim como, temperaturas extremamente altas pelo Centro Oeste, Norte e Nordeste.
Em muitos momentos, devido à distância e custo de viagem, preciso de 2 semanas para poder cumprir meu roteiro. Essas não são a maioria, mas acontecem.
Devido à correria, é impossível conseguir visitar algum lugar turístico em alguma cidade. Normalmente vejo pelo lado de dentro do carro em movimento e, se estiver calor ou chovendo, sempre com o vidro fechado.
Estar na estrada é muito bom, normalmente viajo de carro, a sensação é ótima e não é anormal ter trechos por volta 1.000 km em um dia.
Entretanto, nem tudo é alegria tendo em vista que as estradas nem sempre são boas, algumas vezes se viaja com chuva forte e/ou fraca e em alguns momentos a noite. Apesar de ser algo que eu adoro, existe um bom risco de acidente, principalmente nas situações mais adversas.
Graças a Deus nunca sofri qualquer tipo de acidente viajando, mas já passei por alguns momentos complicados e tensos.
No desempenho do meu trabalho, o que eu observo é que a maioria das empresas não tem ninguém que faça esse tipo de atendimento, principalmente nos clientes que estão muito distantes, em outros estados e no interior dos outros estados. Basicamente se limitam a fazer contato por telefone e é aí que eu consigo uma vantagem pois, o contato do “olho no olho” ainda funciona e, na minha maneira de entender, é fundamental e sempre será.
Por isso consigo conquistar a confiança, o respeito, o reconhecimento e, consequentemente, a fidelização dos meus clientes/amigos.
Houve um momento mais complicado nessa pandemia pois, além das restrições impostas pelos governos estaduais e municipais, muitas empresas não liberaram visitas e, muitas delas, ainda tem essa restrição até o momento.
Passei por Covid em setembro/2020 e, graças a Deus, sem nenhuma consequência mais grave tendo apenas que cumprir o isolamento de 2 semanas.
Já tomei as duas doses da vacina, retomei minhas viagens já tem algum tempo e espero que, apesar da exposição a que me submeto, consiga passar sem me infectar novamente. Uso sempre máscara, tenho álcool gel no carro, na mochila e na mala que carrego minhas roupas. Nem sempre se tem álcool gel dentro do apartamento no hotel.
Parar com as viagens não é algo que eu tenho em mente. Penso sim em “levantar o pé” de algumas atividades, mas sem parar de ir para a estrada.
Isso é algo que só vou parar caso não tenha mais condições físicas ou de saúde para pegar no volante de um carro e sair nas minhas visitas.
São muitos anos, muitas histórias sendo que a maioria alegres, felizes, de inúmeras vitórias e que me deram muita satisfação.
Não sei com quantas pessoas mantive contato ao longo dessa jornada, mas me orgulho muito por ter ainda hoje no meu Zap/Facebook, amigos que foram clientes um dia, os quais conheci no começo do ano de 1980 (quando iniciei esse trabalho) e ainda hoje podermos, em nossas conversas, relembrar todos os anos que tivemos um contato comercial com a maior lisura e respeito. Justamente por isso, mantemos uma amizade sadia até o momento.
Desejo a vocês, meus amigos, muito sucesso e felicidades na sua jornada.”
Um fraternal abraço
Perez
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